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sábado, 5 de junho de 2010

Quem mantém o tráfico é o usuário

Apresento esta matéria para uma análise mais apurada no futuro. Por hora fica a título de informação de cunho jornalístico e a verificação de como pode ser interpretada sem auxílio de teoria para sustentação.

FERREIRA GULLAR

Folha de São Paulo de 30.maio.2010
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Só uma operação em larga escala, que envolva famílias, escola e Estado, poderá deter o avanço da droga
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Sei que o combate às drogas é um assunto polêmico e realmente de difícil solução. Sei também que as pessoas que se empenham nesse combate estão de boa-fé e convencidas das posições que defendem.
Um dos pontos mais difíceis de abordar é a repressão ao usuário de drogas, que é visto não como um contraventor, mas como uma vítima da dependência química.
De fato, não teria sentido tratar o viciado, que não consegue livrar-se da droga, do mesmo modo que o traficante, que se vale disso para ganhar dinheiro. Não obstante, me pergunto se todos os que consomem drogas são efetivamente dependentes, sem condição de livrar-se delas.
Já abordei aqui este assunto, quando usei do seguinte argumento: assim como a maioria dos consumidores de bebidas alcoólicas não é constituída de alcoólatras, também a maioria dos consumidores de drogas as consome socialmente.
Em grande parte, é gente de classe média alta e até mesmo executivos. Não podem ser vistos pelas autoridades do mesmo modo que os consumidores patológicos.
Este é um aspecto importante a ser considerado no combate às drogas, uma vez que o consumidor é o fator decisivo para a manutenção ou extinção do tráfico: não haverá comércio de drogas se não houver quem as compre. Sem consumidor, não há produção nem mercado.
Insisto neste ponto porque, como disse acima - e todos o sabem - será impossível extinguir o tráfico (e mesmo reduzi-lo drasticamente) se o número de consumidores se mantiver alto. E o fato é que o consumo de drogas cresce de ano para ano.
Se se admite, portanto, que é o consumidor quem garante a existência e expansão do tráfico, não resta dúvida de que é nele - no consumidor - que reside a chave do problema.
Atualmente, prepondera o combate direto ao tráfico, de que resulta uma verdadeira guerra, travada, quase sempre, nos subúrbios e nas comunidades pobres, que enfrentam grandes dificuldades para se manter e a suas famílias, e pagam alto preço pelas consequências dessa guerra.
E ao que tudo indica, com poucos resultados positivos. O tráfico continua a se expandir, envolvendo em suas malhas jovens cada vez mais jovens e até mesmo crianças cooptadas em suas escolas.
Paremos para refletir: se é o consumidor que mantém o comércio de drogas, não é evidente que o modo efetivo de combatê-lo é reduzir progressivamente o número de consumidores?
O erro cometido até aqui - se não me equivoco - terá sido reprimir tanto o traficante quanto o usuário de drogas, sem distinguir entre estes os que se drogam por necessidade patológica e os que o fazem socialmente. Mas, de qualquer maneira, a simples repressão, tanto ao usuário quanto ao traficante não resolverá o problema.
Por estar convencido disso, proponho que se encare essa questão a partir do consumidor, ou seja, impedindo que o número destes continue a crescer e, mais que isso, tentar reduzi-lo progressivamente.
Talvez as pessoas, que ainda não refletiram seriamente sobre o problema, tenham dificuldade de considerá-lo em sua verdadeira dimensão.
Sem exagero, a droga, como fenômeno mundial, pode ameaçar a própria civilização, já que se vale da juventude, isto é, daqueles que amanhã terão a sociedade em suas mãos.
Afora isso, a simples destruição de uma vida ou de uma família já justificaria todo o esforço possível para resolver tal problema. Por essa razão mesmo, acredito que o objetivo principal da luta a ser travada é manter os jovens e as crianças fora do alcance do traficante.
Estou convencido de que só uma operação em larga escala, que envolva não apenas as famílias, mas também a escola e os órgãos do Estado, poderá deter o avanço da droga. Não se trata de simplesmente promover uma campanha de esclarecimento, acreditando que isso seria suficiente. Não o seria.
Trata-se, a meu ver, de um trabalho permanente a ser desenvolvido por todos os setores da sociedade, devidamente organizado e mantido, evidentemente, pelo governo, com a participação da sociedade.
Um trabalho de reeducação e esclarecimento em caráter permanente, visando o futuro, mas implantado depois de muita reflexão e cuidadosamente elaborado. Tarefa para os novos governantes.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Avanços para Inteligência de Segurança Pública

As instituições de segurança pública estão focadas cada vez mais na busca de alicerçar suas ações na eficiência destacando-se a busca da informação e do conhecimento com suporte científico. Some-se a isso a mudança de concepção, saindo-se do modelo de inteligência chamado Clássica (Inteligência de Estado) vinculado à proteção do estado para uma perspectiva que aponte para novas formas e estratégias de ação na segurança pública com suporte de uma Inteligência Cidadã. Uma inteligência que foca as ações na manutenção de um Estado democrático de direito, na dignidade da pessoa humana e no controle e combate da criminalidade. Isto buscando inovar suas ações dentro de princípios científicos, estudo direcionados e com suporte das tecnologias da informação e comunicação.
Nesse sentido a Coordenação Geral de Inteligência - CGI da Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP desenvolve ações com o emprego de novas tecnologias da informação e procurando realizar  a gestão do conhecimento para atender as demandas da sociedade. Para tramitar informações de forma segura a CGI reestrutura dentro de moldes de vanguarda tecnológico a Rede Nacional de Inteligência de Segurança Pública – RENISP. Para mais detalhes clique aqui!